Resultado da semana de Couch: um estudo quantitativo

1 toalha no pátio da vizinha do térreo

1 xampu meio cheio ou meio vazio

1 pulseira de recordação do Acampamento da Juventude

1 recado fofo

1 porta emperrada

1 camiseta na garagem do escritório vizinho

1 sms querido

1 casa organizada

dezenas de milhares chimas feitos e tomados e compartilhados (nós, gaúchos, não somos exagerados, cof, cof)

1 mateador oficial

1 pedra linda

1 bandeira mapuche

5.478.451 sorrisos + abraços + beijinhos — tudo respeitoso, afinal, sou professora e (cof, cof, cof) preciso dar exemplo

1 chute para fora da cama

 

 

e 12 novos lindos amigos ♥
(estava *quase* esquecendo dos que não ficaram na minha casa e do que ficou parcialmente em casa)

As bobagens todas juntas e reunidas

Estava eu hoje no aniversário da Edninha e começamos a comentar as coisas dantescas da internet. E, olha, tem coisa bagaceira! Apesar de muitas serem a degradação humana, há que rir. Porque se é o horror, pelo menos foi engraçado.

Então vou fazer um “The best of”  nesse post, sem necessariamente serem os melhores. Nos comentários, coloquem as pérolas faltantes, por favor!

1. O mais recente: Lasier Martins feat. Michel Teló em “Ai, se eu te pego”

2. Vanessão (repare, aos três minutos, que começa a cair a peruca de Vanessão)

3. Lohane Vekanandre Sthephany Smith Bueno de Hahaha de Raio Laser Bala de Icekiss

4. “Garota na chuvaaa / Ou no verão / Garota na chuvaaa / São as quatro estaçããão”

5. Garrafa entalada em Curralinho

6. Jeremias, multado por não estar com habilitação e ter documento atrasado (?!?!?!?!)
“e diga a minha mãe que eu tarra matanu mil!”

7. Morre, diabo!

8. Forró do “Ninguém me tucuta no Facebook!”

9. Ronei: o ídolo, o deus, o mestre — cantando “Solidão”
“abracei com desejo a minha coberta / … / ando malu-u-uco de-e-e-e sauda-a-a-a-ade”

10. Vera no Chevetão

=)

Presentes para uma balzaquiana

No último dia 2, completei 30 primaveras. Tá, para eu não parecer velha com essa frase — ora, quem conta a idade com primaveras é minha avó! — vou refazê-la.

Fiz trinta no dia 2 de janeiro.

E inesperadamente foi legal. Nasci num dia bonitinho, par. Mas, mesmo no dia par, não fiz minha mãe completamente feliz. Ela queria que eu nascesse no Dia Mundial da Paz, dia 1º de janeiro, mas eu provei que a preguiça é congênita e atrasei o plano de minha mãe. A preguiça não é culpa minha, é a minha natureza.

A verdade é que não curto muito fazer aniversários, porque, né?, nascer nesse dia é meio cruel, mas enfim, esse ano quis comemorar. Quis porque me lembrei do imaginário que os trinta anos causavam quando eu era pequena. Eu escutava que a pessoa era balzaquiana, então era uma mulher acabada, esperando a morte ou a aposentadoria — o que viesse primeiro — chegar. Quando minha mãe e minhas tias fizeram 30, eu as olhava e pensava: “coitadas!”. Sentia pena, mesmo. Achava que carreira, filhos, relacionamentos, estava tudo acabado para elas. Que elas fariam trinta e chegaria magicamente a menopausa e elas ficariam feias e enrugadas. Mas não: elas são ágeis, inteligentes e super dispostas até hoje. Por isso decidi comemorar: se a genética fez tão bem a elas, por que não faria a mim também, que nasci da mesma árvore genealógica? Além disso, carreira, relacionamentos e filhos ainda não aconteceram na minha vida, então acho que há muita juventude a ser vivida. Com quase trinta, até essas coisas de criança, os aparelhos nos dentes, coloquei. Então acabei rindo de mim e da condição de balzaca.

Mas o presente mais legal dos 30 anos não foi descobrir que a genética é generosa com minha família. Foi, sem dúvida,  reencontrar fisicamente (porque virtualmente já fazia bastante tempo que falávamos) um aluno bem querido do meu estágio de Magistério, o Bruno Moura. Quando fiz o estágio, tinha recém completado 17 anos. Era um crime me deixar responsável por alguma sala de aula! Mas eu estava lá e as outras crianças (porque eu era uma) também e tinha de dar aula. É lógico que foi uma experiência muito marcante e lembro os rostinhos dos piás desde sempre. Mas eu era uma tamanca pois não sabia muito bem como ser professora, então achava que eles teriam uma recordação de mim assim como alguém lembra que conhece uma pessoa mas não sabe nem de onde.

O Bruno me deu um abraço tão carinhoso, quando nos vimos no bar, que nossa! Que alegria! É realmente reconfortante que alguém te olhe nos olhos e lembre de ti pelas melhores lembranças. Em seguida, Bruno colocou nossa foto no Facebook e algumas das “minhas crianças” se manifestaram. E falaram as melhores coisas para mim. A mensagem da Maria Aline, olha, foi bem arrepiante. Porque ninguém precisa dizer nada de especial e profundo, mas voluntariamente dizem, sabe? Se eu ganhasse todos os salários que tive até hoje, juntos todos em um montão, não pagaria nenhum desses momentos especiais.

O Bruno se tornou um homem querido, honrado e está estudando num lugar legal! Olha só e percebe como o Bruno está um chuchu com sua linda namorada! E eu estou muito feliz por ter ganhado esse presente tão querido de trinta anos!

=)