Minha avó gosta de dizer — há uns vinte anos, já — que a gente fala dela, mas vai ter saudades quando ela se for. Nem tem como dizer o contrário. Minha avó é uma avó que nunca negou o imenso carinho que tem por mim e todo o seu cuidado. Mas o fato de sentir muitas saudades quando ela se for não impede que eu continue falando dela.
Faz um tempo que, quando fui visitar minha mãe e minha avó, estávamos vendo TV, minha mãe viu uma propaganda da RBS e me pediu:
— Tica! Tica! Descobre qual é a música dessa propaganda, Tica! Quero saber, é linda!
Mas eu não sou muito afeita a televisão, nem vi o raio da propaganda e disse:
— Ah, mãe. Não vi nada, nem sei o que é. Põe no Google e descobre.
Minha avó imediatamente se posicionou:
–Nada de pôr no Google. Agora é hora da minha novela. Sem essa de Google!
É óbvio que me mijei de rir horas a fio. Minha avó ficou bem braba, porque eu comecei a ligar para minhas tias para contar o feito. E não conseguia parar de rolar de rir.
Muito bom e encaro como uma homenagem que a Nina faz a avó. Repetir ditos e publicizá-los é uma forma de eternizar alguém.