Tenho me dedicado a ler blogues nessa época de “quase-férias”. Eu acho bem interessante, porque é uma forma de ver como as pessoas comentam o que se passa ao redor delas. Estou bem mais fora de contato com notícias do que com opiniões diversas e esparsas que leio nos blogues.
Eu acho incrivelmente bacana como existem pessoas com quem a gente se identifica via blogue. Parece que existe um mosaico de pessoas interligadas via internet, mas que nunca se conhecerão e jamais conseguirão desenvolver juntas suas ideias. Quer dizer, paradoxalmente, a internet aproxima e afasta as pessoas, ao mesmo tempo. Essa conexão que nos une é o que motiva, também, que fiquemos isolados.
Eu leio também blogues de pessoas que pensam bem diferente de mim. E aprendo a respeitar outra visão. Por exemplo, li no blogue da minha ex-aluna Tamara (http://tamaraotilia.blogspot.com) uns comentários de outro blogue, do Jornal do Brasil, falando da Dilma. Daí vi como a gente tem essa cabeça feita de links: a Tamara usou a opinião da jornalista (jornalista dá opinião???) do Jornal do Brasil para mostrar a sua e eu comentei que discordo da jornalista e, por conseguinte, da Tamara. Esse link-que-leva-a-outro-link fomenta o pensamento e a discussão. E me expõe. Para um ou dois leitores, mas me expõe; assim como expõe a quaisquer outros blogueiros.
Os blogues adolescentes são especialmente interessantes, porque substituem a antiga escrita do diário. E desenvolvem o comentário sobre sua própria vida. Às vezes isso acaba indo para o lado positivo, às vezes, não. Basta ver blogues que incentivam a anorexia ou o neonazismo. Mas é legal, também, ver que no mar de pessimismos sobre a juventude tem gente que — como a Tamara ou a Thayná (http://nanalougue.tumblr.com) — pensa e reflete sobre sua própria existência e sobre os assuntos de sua geração.
Eu acompanho, MUITO, os blogues dos caras do CQC. E recomendo! Os blogues do Rafael Cortez (http://rafael.cortez.zip.net) e o do Danilo Gentili (http://danilogentili.zip.net) são meus preferidos. Não porque eles são engraçadinhos e ficam fazendo piadinhas no blogue deles — o que quase nunca é verdade –, mas porque eles usam o blogue para comentar suas verdades pessoais, mesmo. De certa forma, tenho um acesso à intimidade de seus pensamentos que não cabe no trabalho. Por outro lado, o blogue ajuda-os na divulgação do trabalho e ironicamente afasta de certa forma o cara que é fã. Afasta, sim, porque faz com que o fã acompanhe a vida desses caras na sua casa, na intimidade de seu computador. Aproxima, também, porque o fã vai no shô do cara, vai ajudar a divulgar o trabalho, mas a interação, mesmo, é bem reduzida.
O blogue, então, serve de vitrine para quem quer saber o que pensa o profissional que aparece no teatro ou na TV, mas nunca encontrará o sujeito na rua para perguntar, comentar, explicar tal comentário. E, muito provavelmente, nunca saberá o quão mala essa pessoa pode ser, quando estiver de carne e osso. Até eu — que nem famosa sou — sou mais inteligente e interessante no blogue do que na vida real, apesar de o blogue ser feito de vida real e fazer algumas verdades da minha vida!
Sabe, não é só um canal de interação, mas é um canal de reflexão. Às vezes os blogueiros são mais próximos a minha maneira de pensar do que muitos dos meus amigos, ou seja, volto à questão de que a internet nos une e nos afasta. É bastante improvável que eu sente para discutir as coisas que penso num boteco com o Cortez, o Gentili, a Tamara, a Thayná ou com outros blogueiros famosos ou anônimos que eu me identifico, porque o espaço para discutir o que eu penso é esse aqui, do blogue. Na verdade, percebi que até com meu amigo de conversas e comentários infinitos — o Alê (http://alemartinazzo.blogspot.com) — acabo deixando os assuntos que surgem nos nossos blogues lá mesmo. Ou seja, os blogues são espaços para as discussões e/ou devaneios e, quando falamos, nunca é sobre o que deixamos escrito nos nossos respectivos blogues. É como a letra de uma canção que nos toca: ela faz sentido para as pessoas no momento em que escutamos a música e, mesmo que nos tornássemos os melhores amigos do compositor, não discutiríamos tão bem sobre a canção como naquele espaço em que ela se faz presente.
Esse meio de internet, esse pensamento linkado é uma forma totalmente diferente de encarar as coisas da vida, se compararmos com dez anos atrás, por exemplo. É um jeito de fazer parte da vida alheia sem estar presente. Apesar de isso ser super criticado (“ah, a frieza que a internet traz nas relações…”), não é uma coisa totalmente ruim. É um novo jeito de se relacionar e relacionar formas de entender e pensar as coisas ao nosso redor.
Eu recomendo a leitura dos blogues linkados nesse post, assim como os blogues linkados na barra à direita. Concordar, discordar, conectar-se são jeitos de aprender a viver por aqui, nessa bolha virtual.
Oi, Nina! Que bom que tu voltou! Gostei do novo design e espero teus posts!
Aaah! Falando em blog, queres ler algum devaneio meu? (podes apagar esse post caso tu não queira propagandas aqui, rsrs): devaneiosdecarol.blogspot.com. Beijo!
Carol, eu não gostei do design. Tá ruim de ler (cegueta é fogo). Aquele “olhar” da foto tb não me traz serenidade…….Gosto mais do outro, mas o importante é quer a Tica continua escrevendo bem a beça né?
Ainda bem que isso não mudou!
Ufaaaaaaaaaaaaaaaa.
Parabéns Tica, gostei da tua volta, mas volta outras vezes, com outra roupagem rsrsrsrsr
bjs
aaaaaaaaah meu blog *-* vlw sora! Amei a matéria.
eu antes nem sabia que podia comentar aoskoaskoak agora vou virar freguesa.