Caros amigos, de novo!

Acabei de pegar a Caros Amigos de fevereiro, com Marcos Bagno na capa. Li metade da entrevista, mas ele é um cara controverso. Tem coisas que ele diz que eu concordo plenamente, mas há outras que eu não suporto até chegar o fim da frase.

Sempre digo que o mérito desse cara é popularizar a discussão lingüística entre  vários setores da sociedade, mas discordo veementemente dessa coisa de aceitar quaisquer falares, porque tudo é lindo (como diria o Caetano). A norma da língua garante unificação lingüística, ainda que pela força e ainda que a norma não suporte pressões por muito tempo. É como um remédio paliativo, mas necessário.

Bem, vou tentar formular opinião sobre o Bagno. Enquanto isso, deixo vocês com o link do saite dele, que tem a entrevista da Caros (ou parte dela, pelo menos) e a descrição do Bagno na Wikipedia…

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Tchekhov ou Tchekov?

Aproveito o blogue para dar a dica de leitura. Tenho lido Tchekov nas últimas semanas, quase um conto por dia — quando dá. Infelizmente o ritmo de leitura está meio lento; mas, por outro lado, vale a pena curtir o livro aos poucos.

O livro dele que eu havia lido anteriormente, uma coletânea de contos, era muito bom. Mas eu ainda não consegui terminar o último conto, para não acabar o livro. O último conto, bastante longo, sobre um sanatório, é de uma beleza literária, uma literatura tão fina, que o leitor quer saborear todo o escrito, sem chegar ao final. Aliás, nos contos de Tchekov, o final é o menos importante. Sua literatura é muito humana e verossímil. Assim, esse conto do sanatório capta com tanto detalhe e cuidado o ambiente descrito, que parece uma real incursão no mundo imaginário criado pelo autor.

O livro que estou lendo tem contos mais curtos, mas igualmente geniais. Não sei o título, mas isso também não importa. Ler qualquer coisa de Tchekov é desbravar um dos melhores contistas da literatura mundial, considerado por alguns estudiosos como a referência da base do conto moderno, ao lado de Machado de Assis e Edgar Allan Poe.

Os contos de Tchekov não são de identificação, mas de verdades. As pessoas descritas não são arquétipos das que conhecemos, ainda que possamos comparar com o mundo real. São seres tão complexos e tão completos que espantam tamanho detalhe de construção, mesmo em contos curtos. O autor detalha o personagem descrito e permite a imaginação na mesma medida.

Os enredos não são peripécias, são fatias de vida real, onde não há começo e não há final de episódios. Os personagens podem ou não se transformar, mas Tchekov fala de cotidiano, de relações, de interioridade humana, mesmo escrevendo em outra época, pouco parecida com a nossa.

Bem, a dúvida que tive, para escrever esse post, é da grafia do nome do autor. Na Wikipedia, no mesmo artigo, aparece Tchekov e Tchekhov. Deixo o link da Wikipedia sobre a vida do cara e espero que vocês corram para ver qual é desse russo aí.

Link da Wikipedia sobre Tchekov