Ficou bem “Amigos para sempre”? Sim, ficou.

Bem, vejam vocês que essa ilustre canção virou um adjetivo para coisas piegas. Meu próprios alunos da sexta série, enquanto ensaiavam canções para a festa de Natal perguntavam o título desse post. “E aí, sora, ficou muito ‘amigos para sempre’ o ensaio de hoje?” “Sim, fulaninho, ficou.”

Ontem foi a festa de Natal da Escola e todos os fatores estressantes resolveram aparecer desde às seis da manhã. Preparar algumas das apresentações já tinha descolorido alguns fios de cabelo e ter de resolver mil coisas ao mesmo tempo foi muito maçante. Fiquei muito preocupada em dar conta da parte que me cabia desse latifúndio.

O fato é que rolou tudo bem. Alguns imprevistos… As alunas que dançaram no meio da canção erraram o passo, pela primeira vez, na hora de apresentar. Hahahahahaha Tudo bem, estavam nervosas. Mas eu ri muito da lei de Murphy sofrida pelas gurias.

Da festa, mesmo, não gostei muito, sinceramente. Quer dizer, não que eu não tenha gostado, exatamente, mas esse tipo de festa não é do meu feitio, não é a minha cara, não me sinto muito à vontade fazendo isso. O que para mim vale, de tudo o que fizemos, — por isso me motivei a essa tarefa — é apostar em alunos que querem fazer coisas diferentes e acreditam em estar na escola.

Sabe, muitas vezes passamos tanto tempo dando atenção para alguns alunos que não conseguimos contribuir, ajudar, assistir, e isso por mil razões, inclusive muitas razões que nada têm haver com a própria escola… Daí, deixamos de contribuir com alunos que estão a fim de trabalhar, de crescer e precisam apenas de uma iniciativazinha qualquer para somar. Os alunos que se apresentaram eram voluntários. Iam à escola fora do horário de aula só para ensaiar duas músicas. Continuaram a comparecer em vários ensaios, mesmo sem grana para pagar passagem a mais no trajeto de ir-e-voltar à escola. Ou seja, se alguém tem mérito em fazer alguma coisa bacana, são esses alunos, que, por serem tranqüilos, muitas vezes não são olhados nem atendidos como deveriam. E aqui eu faço, também, um mea culpa, porque a gente nota mais as coisas que perturbam, mesmo.

Do ponto de vista da existência, é isso que penso que valha. Essa superação de “pequenas” coisas que os alunos demonstram nem sentir — até porque são super jovens — é o maior exemplo, a maior motivação. A única coisa que temos — que é nossa, mesmo — é a nossa experiência, por isso acho tão bacana ver que caráter, disposição, superação, coragem e vontade de somar ainda são coisas tão importante e tão relevantes.

Ficou muito “amigos para sempre”? Poizé, ficou. Mas olha o quanto essa pieguice fez essa piazada se sentir orgulhosa de si própria!

Autor:

Dinda, tia e "sora". Uma mulher ordinariamente comum, que tem qualidades simples e defeitos reles.

2 opiniões sobre “Ficou bem “Amigos para sempre”? Sim, ficou.

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