Moacyr Scliar e seu carrinho

Esse post é apenas uma notinha, nada de mais…

Apenas quero comentar aqui que vi Moacyr Scliar, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), andando pelas ruas de Porto Alegre com seu carrinho: um Gol verde escuro não tão novo. Isso pode parecer uma ironia — um imortal andando com carrinho de mortal  — , mas achei bem bacana. Mesmo ele dando aula no Curso de Medicina da Universidade Federal, sendo escritor famoso e pertencendo à cadeira imortal da ABL, continuou com sua vidinha de comer pato e arrotar pato, ao invés de comer frango e arrotar peru, como muita gente faz. Ostentar títulos parece que não é com ele: prova disso é o seu carrinho simples e comum. Meio desconexo num mundo em que as pessoas tentam sempre mostrar mais do que têm.

A única coisa duvidosa foi o o trajeto do Gol. Ao invés de entrar o Bom Fim — bairro que serve de pano de fundo para suas histórias e que é seu berço brasileiro — , Scliar entrou ruas antes, no sentido bairro-centro. Entrou na Álvaro Alvim, que é vizinha do Bom Fim, mas fica no Rio Branco, pow! Carro Gol, tudo bem… Agora mudar o bairro, Scliar… Que puxa!

Mas a opção de Scliar até que tem fundamento… O Bom Fim está absurdamente inseguro. Todos os dias há uma nova notícia de assalto e, muitas vezes, na frente do posto da polícia. Acho que a opção de morar no Rio Branco até que não é má: não tem tanta segurança, mas o povo desse bairro é mais organizado para pagar vigias particulares nas ruas.

Roma, um pedaço de saudade

Hoje vi uma cena de jornal na TV em que aparecia o Papa, em Roma, na praça de Espanha. Aí me deu um pouco de nostalgia de um tempo recente: os três dias em Roma.

Roma é uma cidade muito bonita. Apesar de ser uma bagunça só, é maravilhosa. Não tem o clima da Espanha, nem é o mesmo refinamento de Paris, que também são cidades latinas: Roma é diferente. A arquitetura não é o que me chamou mais atenção, apesar de ter um monte de arquitetura velha, ruínas e sítios arqueológicos espalhados pela cidade. Roma é uma cidade alegre, sorridente.

Caminhar por Roma é muito lindo. Apesar de ser uma capital perigosa, para os padrões europeus, tem uma vida e um ritmo muito bacanas. Não é nada onírico, romântico, elegante. A arquitetura renascentista é super imponente, forte, marcante e fica espalhada pela cidade. Mas Roma tem algo de vida real, de feira livre, de trabalho-mas-não-estresse, que é muito legal.

Talvez essa minha impressão de Roma aconteça por eu ser latina e descendente de italianos. Mas vi Roma, também, sem maquiagem: gente no trem gritando “Porco zio!” (igual ao meu nonno), rosto mal-humorado em guichê de informações, trânsito — hum… bem, ahn… — caótico… caótico na potência mil.

A irritação que tive para atravessar ruas em Roma ainda não tinha me passado. Em seguida, vi o trânsito de Nápoli, que consegue ser pior. [Mas depois da Itália, vi o trânsito da Alemanha, que é o extremo oposto: chega a ser uma obediência burra, pois no meio da madrugada havia uma única pessoa na rua, além de nós, que parou para esperar o sinal abrir para os pedestres. Essa pessoa estranhou os transeuntes brasileiros que cruzam a viela vazia de sinal aberto para os carros, que não aparecem.]

Mas, voltando a Roma, essa é apenas uma impressão de três dias. De três dias que deveriam ser cinco e não foram, justamente, pela bagunça italiana. Mas, mesmo assim, é fonte de lindas e animadas lembranças.

Bem, a viagem à Itália precisa ser refeita, definitivamente. E, no verão europeu!

😉

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Últimas palavras

O ritmo do jogo do Grêmio contra o Corinthians se justificou através das notícias da semana, que diziam que o técnico Mano Menezes — do Grêmio, no domingo passado — agora é do Corinthians. Não sabemos, mas é bem possível que Mano Menezes agiu nesse jogo para agradar gregos e troianos: não dificultaria o jogo para o rival da ocasião, o Corinthians, mas não entregaria o jogo, já que seria sua última partida no Grêmio e ninguém tinha certeza de que ele iria trabalhar no Corinthians. Mais uma mostra de que a culpa pelo rebaixamento foi do Corinthians e SÓ do Corinthians.

Mano Menezes fez o seu golzinho de honra, como técnico, na partida derradeira e o Corinthians nem conseguiu se mexer para sair do empate. A pena é que, agora, Mano Menezes vai treinar um time da segunda divisão, não da primeira.

Lo siento.