Esse post é apenas uma notinha, nada de mais…
Apenas quero comentar aqui que vi Moacyr Scliar, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), andando pelas ruas de Porto Alegre com seu carrinho: um Gol verde escuro não tão novo. Isso pode parecer uma ironia — um imortal andando com carrinho de mortal — , mas achei bem bacana. Mesmo ele dando aula no Curso de Medicina da Universidade Federal, sendo escritor famoso e pertencendo à cadeira imortal da ABL, continuou com sua vidinha de comer pato e arrotar pato, ao invés de comer frango e arrotar peru, como muita gente faz. Ostentar títulos parece que não é com ele: prova disso é o seu carrinho simples e comum. Meio desconexo num mundo em que as pessoas tentam sempre mostrar mais do que têm.
A única coisa duvidosa foi o o trajeto do Gol. Ao invés de entrar o Bom Fim — bairro que serve de pano de fundo para suas histórias e que é seu berço brasileiro — , Scliar entrou ruas antes, no sentido bairro-centro. Entrou na Álvaro Alvim, que é vizinha do Bom Fim, mas fica no Rio Branco, pow! Carro Gol, tudo bem… Agora mudar o bairro, Scliar… Que puxa!
Mas a opção de Scliar até que tem fundamento… O Bom Fim está absurdamente inseguro. Todos os dias há uma nova notícia de assalto e, muitas vezes, na frente do posto da polícia. Acho que a opção de morar no Rio Branco até que não é má: não tem tanta segurança, mas o povo desse bairro é mais organizado para pagar vigias particulares nas ruas.